Pesquisa sobre a harmonia das cores, artista gráfica

O uso racional da cor




                                  A TEORIA DA COR BASEADA NA TEORIA DA MÚSICA


     
      Quando um raio de luz mergulha sobre um cristal, o esplendor das cores se esparrama ao seu redor retalhando- o em um espaço multicolorido! Quantos mistérios se escondem atrás desse fenômeno simples, mas representa-lo numa tela ou em um ambiente é uma tarefa complexa. O colorido sempre foi a fonte inspiradora para artistas de todos os tempos - um enigma ainda não totalmente desvendado!

          A luz mexe com as nossas emoções, seja em uma tarde ensolarada de inverno ou de um verão intenso. O poder que se irradia de uma simples visão pode transformar nosso humor como se fosse o dono dela. Entender essas variações e seus estímulos para provoca-la no espectador é um dos objetivos da pintura.

          Acostumada a luz dos trópicos e poder trabalhar com suas cores vibrantes sempre me fascinou.  Porém eu não conseguia entender a  lógica de sua  harmonia, notando que deveria haver um sistema que o regia.  Após pesquisar e estudar em vão quase todas as teorias publicadas sobre o assunto,  parecia-me que a combinação harmoniosa de cores era um segredo que os artistas guardavam para si mesmos -  a sete chaves!

         Amante da arte da aquarela, onde o misturar das cores sem perder a transparência tem extrema importância, lancei-me então numa pesquisa própria.  Adquiri todos os tipos e cores de pigmentos existentes no mercado e ao mistura-los entre si, tentava recriar a magia da natureza. Mas quanto mais eu tentava, mais frustrada  ficava, pois a mistura dos pigmentos resultava apenas em tons sujos e opacos.


         Um dia, uma amiga que  acompanhava de perto minha odisseia, presenteou-me com um exemplar de uma obra republicada em Londres,  sobre os estudos do filósofo grego Pitágoras - The Secrets Teachings of all  Ages pela Philosophica Research Society-LA.   Era um manuscrito muito raro do filósofo que viveu no ano 400 AC,  e entre suas teorias de Geometria, Astronomia e Música trazia também alguma referencia sobre cores. 

         Ele foi um profundo observador e estudioso da natureza, para ele tudo começava e terminava nela.  Um fato que chamava sua atenção era em relação aos sons harmônicos: as dissonâncias e as consonâncias musicais. Foi ele quem criou o sistema das sete notas musicais do, ré, mi, fa, sol, la, si, dando a cada uma delas uma determinada cor do espectro solar. As cores primárias: amarelo, laranja, vermelho, magenta, violeta, azul e verde. Ele criou também todo o fundamento da harmonia musical a lei das oitavas e a ESCALA DIATÔNICA.

         Como a música tem uma teoria muito definida e comprovada, talvez eu pudesse me apoiar nela inspirando-me em sua harmonia. Era apenas uma relação das notas musicais com a cores  mas para mim foi uma luz - um novo caminho de pesquisa que foi aberto.

        Na ocasião, minha filha tinha aulas de piano com um maestro americano, Mr Georg Byrd,  radicado na Alemanha, com quem eu comecei a ter aulas de teoria da música, mas enquanto ele falava em acordes musicais eu só pensava em cores.  Notei logo que a música era sustentada pela matemática, logo as cores também deveriam ser, e o são!

         No início confesso, foi apenas a curiosidade de entender seu mecanismo, mas fui logo encontrando pontos de convergência entre elas e fui me apaixonando!... Esperava ansiosa pelas aulas,  que eram como o abrir da caixa de Pandora!.........
              
                  Percebendo que estava no caminho certo comecei a procurar outros prováveis seguidores dessa ideia. A relação de tons ou sons com uma cor específica já aparecia na antiguidade, precisamente no Oriente Médio.  Na Renascença, Leonardo da Vinci, criador em vários ramos da arte afirmava: ¨A musica e a pintura são irmãs pois ambas dependem do mesmo princípio – o da Harmonia¨. Pomponius Gauricus, em 1503, em suas escritas " De Scultura", menciona a exatíssima harmonia do corpo humano e sua relação com a geometria e a música.  Miguel Angelo, pintor e poeta, escreveu Madrigais, e para ele também a poesia e a música caminhavam paralelamente.

        Segundo Rudolf Wittkower em seu livro ": Architectural Principles in the Age of Humanismus", Londres, 1952- " O conhecimento das proporções harmônicas de Pitagóras passou através da música para todas as outras artes". Mas essa relação só apareceu na Europa na Renascença com o desenvolvimento da sua arte e com o aprimoramento de seus artistas.

         No Romantismo descobre-se o aspecto musical com Corrégio, cujo trabalho é comparado com o do músico Pergolesi, pois ambos usavam os tons altos e claros para representar a luz e os baixos e escuros para as sombras. O ponto alto desse encontro deu-se no Impressionismo, quando músicos e pintores como Delacroix, imitavam a natureza com seus tons e cores como inspiração para seus trabalhos.

         Quais seriam os segredos de um bom colorido? Existiriam regras a serem seguidas? Se existe uma teoria comprovada da música, dar cor às notas seria a solução do problema ? As notas de um acorde transformadas em cores também seriam harmoniosas? E qual seria o segredo das maravilhosas cores do fundo do mar?  Com todas essas perguntas borbulhando em minha cabeça  mergulhei nessa pesquisa e a cada passo sentia estar no caminho certo!





        Esse estudo foi feito com uma profunda pesquisa das cores, da música e de suas  aplicações. A comparação entre elas foi feita intuitivamente, mas como dizia Pitágoras: -
¨O conhecimento é um processo cumulativo que se adquire observando os fenômenos naturais, os quais interpretados pelo consciente permitem que o inconsciente aja intuitivamente¨.

        Comecei a aplicá-la em minhas aquarelas, lembrando-me de uma frase de Paul Klee ao pintar pela primeira vez sob a luz dos trópicos na Tunísia  na África, exclamou:-
  ¨Agora eu me tornei um pintor!¨

         E eu pensava Eureka!......
     
       P I T Á G O R A S              



                  Pitágoras nasceu na Grécia no séc. VI AC, era filho do mercador Mnesarchus e de Parthenis. Ambos haviam deixado a Síria por medo de Cambyses, um rei muito cruel que perseguia a todos que se opunham a ele. Segundo Godfrey Higgins escreveu em "Anacalypsis", o casal resolveu consultar um sacerdote em um oráculo em Delphi, para saber se poderia voltar sem perigo para a sua terra natal - a Síria!

       O profeta Pythoness colocou sua mãe, grávida,  sobre um tripé de ouro, profetizando que ela daria a luz a um menino excepcional - um ser predestinado! Esse estaria destinado a suplantar todos os homens na área do conhecimento e através de seus estudos contribuiria muito para o progresso da humanidade. Através de todos os tempos, Pitágoras sempre foi considerado como tal, havendo até comparações do seu nascimento com o de Jesus Cristo. Ambos nasceram em Sídon, mais tarde chamada Belém na Síria, durante uma jornada, e ambas as mães foram avisadas sobre importância dos filhos que teriam.

       O Deus Sol como era chamado então o Espírito Divino, apareceu depois também para seu pai, pedindo-lhe que não mantivesse relações carnais com sua esposa durante a gestação. Por esses motivos, ele foi chamado na  época - o filho do Deus Sol! Seu pai ficou tão impressionado com o fato,  que mudou o nome de sua esposa para Pythasis, em homenagem ao profeta.

       Em 535 AC, Pitágoras foi para o Egito, onde foi  aceito como sacerdote  no templo de Diospolis. Foi iniciado em todos os mistérios de antigas doutrinas e também em Brahmins, a antiga Maçonaria. Em 525 AC, o rei da Pérsia, Cambyses invadiu o Egito, e ele foi feito prisioneiro e enviado à Babilônia. Em 520 AC,  retornou a Samos, sua cidade natal pois Cambyses havia morrido e em seguida foi para Crotona no  sul da Itália, para estudar leis. Lá ele fundou uma escola que foi chamada de - " O Semicírculo".


        Ele é considerado o pai do Esoterismo e o primeiro a ser chamado de " filósofo", nome criado por ele mesmo, que queria dizer: -¨Aquele que se dedica a decifrar os mistérios da natureza". As mulheres também podiam  tornar- se filosofas e ele casou–se com uma delas, Teano, a primeira mulher matemática e filósofa da história. 


     
  Pitágoras foi um grande estudioso do universo, do bem e do mal, do belo e do feio, afirmava que: -" "artista é todo indivíduo sensível que educa, interpreta e aplica suas percepções provenientes dos fenômenos naturais". Dizia também que os homens sabem o que desejam, mas poucos sabem do que necessitam, e explicava Deus, como um composto de substâncias de luz e de verdades, a causa e a inteligência de tudo.


        Considerava essencial um entendimento racional do Universo e um de seus dizeres favoritos era: "Devemos evitar nos mostrarmos superiores, amputando com fogo e espada e por todos os outros meios das doenças da alma - a ignorância;  do ventre- a luxúria;  da cidade- o tumulto;  da família- a discórdia; e de todas as outras coisas- os excessos¨.

    
                      Tinha poucos discípulos, aos quais ensinava os mistérios que lhe tinham sido revelados, o estudo da geometria, da música e da astronomia, com aulas que eram sempre iniciadas pelo canto, que considerava terapêutico. Por seus ensinamentos e descobertas ganhou muitos inimigos que o assassinaram. Existem diferentes relatos sobre sua morte, quando muitos dos seus seguidores também teriam sido também mortos.

        Foi ele que criou os fundamentos atuais da matemática, da astrologia e da musica,  considerando-se esse tripé triangular, a base das artes e ciências atuais, que graças a sua mulher e seus discípulos foram perpetuados.


                        
                 
         A   MÚSICA   DE   PITÁGORAS

         Pitágoras  acreditava que o universo era um monoacórde -  uma única corda conectada na parte superior com o espírito absoluto e na parte inferior com a matéria absoluta!  A arte da música, segundo ele, era uma ciência rigorosa com leis perfeitamente fundamentadas na harmonia, a qual por sua vez com fundamentos matemáticos. Ele, apesar de não ser músico, estudava a sua harmonia -as dissonâncias e as consonâncias musicais. 
            
                 Um dia, enquanto meditava sobre ela, ao passar por uma serralheria enquanto o serralheiro martelava um pedaço de metal sobre uma bigorna, notou a variação dos tons produzidos por ele ao martelar o metal. Entrou na oficina e observando cuidadosamente o som das batidas e o peso do martelo teve o primeiro indício dos intervalos de uma oitava e de sua escala diatônica.


         Ao voltar para a sua casa, fez uma armação de madeira na parede,com intervalos regulares onde instalou quatro cordas de metal. Na primeira corda pendurou um peso de doze pounds, na segunda um de nove, na terceira um de 8 e na quarta um de 6. Esses pesos correspondiam os mesmos pesos,  composições e tamanhos usados pelo serralheiro dando diferentes tensões ao arame esticado. 

 
        Com esse experimento, ele descobriu que o primeiro e o quarto som tocados eram o mesmo.  Eles produziam o mesmo som, a harmonia de uma oitava, isto é, ao dobrar ou dividir o peso conseguia o mesmo efeito - o mesmo som em um timbre mais alto ou mais baixo. A tensão da primeira corda era duas vezes maior que a da quarta e assim por diante. A nota DO ou C, tocada em diferentes oitavas do piano, ecoa o mesmo som, embora mais alto, mais baixo, mais grave ou mais agudo, mudando apenas seu timbre. No estudo dos sons musicais em cordas esticadas, sob a mesma tensão, descobriu a relação altura e timbre do som da nota emitida com o comprimento da corda.

        Explicando melhor -de  todos os sons das notas musicais emitidas, só são sete os que podem ser diferenciados pelos nossos ouvidos, já que o oitavo é a repetição do primeiro - mais grave ou mais alto, o que ele chamou de OITAVA!  E assim também as cores que apenas 7 tons podem ser diferenciadas pelos nossos olhos. A primeira nota Do do piano tem vinte e quatro vibrações, para que uma escala seja completa tem que terminar no DO seguinte no dobro das vibrações, ou seja, quarenta e oito vibrações, e assim por diante..... 

                      Ele então criou as sete notas musicais da oitava:-DO, RÉ, MI, FÁ, SOL ,LÁ E SI  atribuindo a  elas as sete cores do espectro celeste: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

 
                      Ele foi tão longe em suas pesquisas que pode reconhecer o poder da musica sobre os sentidos e as  emoções. Para comprovar como uma melodia provoca os sentidos, ele fez diversos experimentos e em um deles colocou um músico tocando numa esquina da cidade. Conforme a frequência da melodia, um homem que batia à porta da casa de sua amante, tornou-se enraivecido e começou a querer derrubá-la, mas quando a frequência mudou,  acalmou-se e foi embora. Ao ter conhecimento do poder da musica sobre as emoções, a igreja católica decretou que as composições musicais apenas poderiam ser criadas pela igreja e a sua desobediência poderia ser castigada até com a morte.

                     Comprovando as leis de Pitágoras, o químico John A Newlands 1837/1898-,em Londres, aplicou  a lei das oitavas como modelo para os elementos químicos. Ele ordenou os elementos químicos na ordem ascendente de seus pesos atômicos como na escala musical, e descobriu então que todo oitavo elemento químico era uma repetição das propriedades do primeiro. Contribui com isso para a criação das leis periódicas,  lei que é conhecida como a lei das oitavas da química moderna.


  
                     A NASA (Aeronautics and Space Administration) conseguiu recentemente através de novos instrumentos, registrar e reproduzir as vibrações eletromagnéticas emitidas pelos planetas e estrelas. Estes sons vêm de várias fontes tais como das vibrações eletrônicas dos diferentes planetas, suas luas e anéis em seus campos eletromagnéticos.

                    Da mesma maneira que uma onda sonora ressoa dentro de um instrumento musical para criar uma nota, em uma escala muito maior elas ressoam dentro de uma estrela ou planeta. As magnetosferas planetárias se transformam em ondas de rádio ao tocar as suas superfícies produzindo turbulência em sua  estrutura interna que causam o som das sinfonias celestiais. A medida dessas turbulências criadas pelas vibrações depende do tamanho, densidade e da rotação da estrela.

                   Astrônomos creem que essas frequências sonoras também podem variar pois são oscilações como uma mudança rítmica causada pela mudança minuto a minuto sob brilho ou luz das estrelas, a luz do sol. Os cosmólogos tentam entender o enigma chamado de " a harmonia perfeita". De acordo com o físico Lee Smolin, fundador do Instituto Perimeter de Física Teórica, Waterloo, Ontario, nosso universo já criou muitos universos ocultos além dos horizontes negros de buracos negros. "As leis da natureza são perfeitamente afinadas para que o Universo possa abrigar a vida", diz Smolin.


         Desde que foi comprovado que a harmonia não é determinada pela intuição e percepções, mas por razões matemáticas, Pitágoras a chamou de Cânone. O princípio do cânone é de um motivo ou tema repetido ou tocado contra si mesmo. Isso acontece quando vozes ou o mesmo motivo principal é copiado várias vezes. Na música, isso acontece de várias maneiras, e é também chamado de FUGA, ex: nas canções de roda. Na arte, nos desenhos de estamparia onde o mesmo motivo repete-se ordenadamente.

         Na geometria ele acrescentou a esfera às formas sólidas já conhecidas na antiguidade - a mais perfeita delas. São elas:- tetraedo, cubo, icosaedro, dodecaedro, pentágono e esfera.  Na aritmética,  é atribuído à Pitágoras  várias descobertas:- as propriedades dos números inteiros e sua classificação em primos e compostos, pares e ímpares; o máximo e o mínimo divisor comum.


         Na filosofia pitagórica tudo eram números, concepção essa que vinha dos números naturais aplicados aos objetos geométricos, e todas as medidas podem ser mensuradas tendo como base uma unidade de medida. Entre as descobertas de Pitágoras, a mais importante delas é o teorema que leva seu nome, seu enunciado:- ¨Em qualquer triangulo retângulo , o quadrado do comprimento da hipotenusa é a soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos¨.Hipotenusa = lado oposto ao do ângulo reto Cateto= os dois lados do ângulo reto. 

             O triângulo tetraedo é o amarelo no centro, os quadrados resultantes dos lados, tem diferentes áreas, mas elas têm uma proporção entre si. O símbolo que representava os pitagóricos era o pentagrama ou pentágono estrelado, devido as propriedades dessa figura. Ao cruzarmos dois pentágonos, formam um novo pentágono, chamado de secção áurea.


       Para dar continuidade a minha pesquisa e entender como era usada a harmonia tive que retornar ao princípio da história da música.
          

                                              A MUSICA NA IDADE MÉDIA                    
                   
     OS CANTOS GREGORIANOS                                              

                               
      No começo da Cristandade surgiu uma outra maneira de ver e entender o universo. O papa Gregório, o grande,no sec. VII, ordenou que fosse criada uma melodia simples e perfeita para os rituais da igreja. Essas criações levam seu nome -Cantos Gregorianos, uma música de sons claros, calmos, transparentes e modulações bastante típicas, chamadas de melismas

     Conhecia-se os efeitos provocados pelas diferentes formas de composições, das quais brotavam  emoções como: de ira, paz, paixão, etc O coral gregoriano não nasceu do espírito ocidental, mas foi uma ponte entre as culturas orientais e ocidentais. È um sistema que admite não uma relação entre os tons, mas sim um parentesco entre eles.
    


                   Benedito de Nursia que fundou o mosteiro de Montecassino em 529 DC,  adotou os cantos gregorianos para os rituais da igreja o qual é usado até hoje. Sua raiz é a  modalidade, a proporção ou  a equidistância entre os tons da escala diatônica de Pitágoras. Modalidade no sentido da palavra são modos ou diferentes aspectos de uma coisa.
       
                  Existe uma semelhança entre os modos musicais gregos antigos com os cantos gregorianos por causa da modalidade. A modalidade era e continua sempre a base mais rica da musica de todos os tempos. O princípio da modalidade é o diatonismo, que a escala de 7 notas com cincos intervalos e dois semitons  de Pitágoras.
   O diatonismo aparecia também no sistema grego, a base mais rica da musica antiga e da moderna. Ele não admite alterações, mas também não leva em conta o cromatismo.  

             O sistema musical da antiguidade corresponde às teclas brancas do piano e tem a forma da mais pura natureza melódica. A música gregoriana não é apenas uma prece, mas sobretudo uma forma de arte magnífica, uma expressão musical perfeita. O estudo dos cantos gregorianos nos permite acompanhar a evolução das formas que são contidas nos antigos cantos da igreja. São modos diferentes do colorido, que dá ao compositor a possibilidade de outras modulações, diferentes do sistema tonal.
           
             
A música na idade média era como uma pintura em tons de cinza, só se considerava o seu valor tonal, isso é o claro escuro

            As composiçoes musicais  não consideravam o cromatismo, a cor em si mesma, a harmonia acontecia pelo grau da cor em uma escala de cinzas a preto, chamada de melódica da escala monocromática. Se fecharmos os olhos e comprimindo a testa em direção ao nariz, ao observarmos as cores, veremos que todas têm seu valor tonal.
                                         


                          
             O movimento de abandono do antigo sistema tonal, chamou-se atonalismo. Esse sistema utilizou a escala cromática de 12 tons e semi tons, respeitando a equidistância entre as notas do sistema tonal, movimento que devolveu à musica o ritmo da melodia, como pretendia Schönberg.

                        Andreas Werckmeister (1645/1706), organista alemão, teórico musical e compositor da era barroca, dividiu a oitava de Pitágoras  (7 notas/cores) em 12 partes iguais e ordenou a quantidade de vibrações do meio tom para meio tom através do multiplicador 1,05946, a frequência do C/ DO, divisão essa que Bach também adotou na construção do piano.

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                                Só posso considerar em cores como meios tons o amarelo limão na mistura com a parte fria dos verdes e amarelo ouro na direção dos quentes, dos vermelhos, e o roxo para o lado frio e o magenta para o quente .Na sequência, eu só posso colocar o azul da Prússia, como A/LA, que é a referência exata de afinação. A diferença entre os meios tons é que do lado frio caminha na direção anti-relógio e no quente direção relógio. Considero como um acorde quando a mistura das cores que o compõem resultam em negro ou cinza.    

                           A harmonia funcional foi introduzida no Brasil por Hans-Joaquim Koellreuther, um alemão nacionalizado brasileiro. De acordo com ele, a principal função do acorde está na TÔNICA, a qual lhe dá o nome, sua função é de repouso- a mesma da cor complementar. A função de aproximação é da dominante – de maior área, e a de afastamento é a subdominante. Essas funções, segundo ele, permitem criar uma perspectiva temporal.  Nos concertos de musica clássica temos geralmente o grande final dava-se com o encadeamento da dominante mais a tônica- isso significa- a soma das duas cores complementares- dão sempre um NEGRO! Meu intuito é utilizar a teoria da música para elaborar uma nova teoria de cores adaptando-a quando possível. Adoto também os tons raízes de Andreas Weckmeister resultando os 12 tons em cores.

       A MUSICA DO CLASSISMO                                                 

  JOHANN SEBASTIAN BACH

    Johann Sebastian Bach( 1685/1750) foi um compositor alemão, organista, mestre na arte da fuga e do contraponto. Ele não ganhou reconhecimento durante sua vida, mas hoje é conhecido como os 3 B da musica - Bach, Bethoven e Brahms, e considerado o pai da música ocidental. O seu maior feito foi a criação do piano temperado, tal como hoje o conhecemos, onde aplicou os conhecimentos de Pitágoras sobre a escala diatonica. Esse sistema internacional de escalas sonoras que me serve também como ponto de convergência para um sistema de cores.


    Seu pai era capelão e mestre da corte do rei da Prússia, Frederico , o Grande, cuja
 corte em Potsdam era frequentada por grandes pensadores como Voltaire e também pelo matemático Leonhard Euler.  Seu pai apresentou ao rei o pequeno Bach, e esse ficou impressionando pela capacidade de improvisação do menino ao piano. 
                         Bach teve uma vida de tragédias pessoais, perdeu a mãe e o pai ainda criança e foi criado por um irmão mais velho que não lhe dava o direito de estudar música. Esse, que era também  músico, tinha aulas com um famoso professor da época- Pachebel. Então o jovem Bach, enquanto o irmão dormia, no escuro, copiava as partituras para estudar mais tarde, mas quando esse  descobriu as rasgou todas.

             Casou-se com uma prima, mas ela também morreu cedo e ele no fim de sua vida ainda ficou cego. Passava a maior parte de seu tempo dando aulas de piano, mas também era organista em diversas igrejas.


    O instrumento musical da época era o Cembalo ou piano forte, onde a melodia só podia tocada com os sons na mesma altura.


     Qualquer pessoa que analise as fugas de Bach pode constatar sua preocupação com a modulação e a harmonia. Seus trabalhos lhe exigiram uma reforma no teclado do piano e de todos os instrumentos musicais e com consequência também na maneira de compor - ele dava muita importância à frase musical!

              O piano temperado criado por Bach é um instrumento que tem um número limitado de sons e de   tons- se falarmos em cores, posso dizer que se restringe a 11 cores, sendo que a décima segunda é novamente a primeira. Esse sistema permite que os sons e as cores possam se misturar ou soar entre si.

   O teclado do piano pode ser pensado também como cada oitava em  tons de cinza, começando pelo mais claro, a seria das notas mais altas FA, e ao mais escuro- as notas mais baixas SI. Essa correspondência também pode ser representada pelas cores, considerando seu valor tonal.

  
 
             
               
   Organista, como era, foi inspirado num coral, que criou o piano temperado, o mais completo dos instrumentos musicais, o qual tem sete oitavas de seis teclas brancas e quatro de negras. Temperadas pela temperatura e timbre como as vozes de um coral- mais altas e mais baixas, a mesma melodia cantada em diversas vozes e em diversas alturas.

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  O CONTRAPONTO E AS CORES COMPLEMENTARES                                  

               A visão é um dos sentidos mais importantes do ser humano, pois a maior parte de nossas sensações de vida são captadas por nosso órgão óptico.  A cor não existe no mundo real, pois ela é causada por estímulos em nosso cérebro através dos raios de luz, sendo que os animais vêm apenas em uma sequência de branco, cinza e preto. 
                        
       Ao olharmos  longamente para o ponto preto no centro da esfera colorida, depois de alguns segundos, olhando para a bola branca na tela, veremos sua cor complementar!  Isso acontece porque os olhos precisam de descanso, o que ocorre ao ver sua cor complementar. 


      A mesma coisa acontece na musica, um som precisa de outro para completa-lo, é o  contraponto que a gramática da música exercendo o mesmo papel da cor complementar para a pintura. Contraponto é o tom que faz o contraste, o oposto, como o quente do frio, o alto do baixo, o inspirar  do expirar- o movimento da vida! Tudo na natureza é regido pelo mesmo princípio desse movimento.

O  brBranco é a soma da mistura de todas as cores em luzes, mas em pigmentos é o negro, que é sua cor complementar. Ela se divide inicialmente em 3 cores raízes : magenta, azul e amarelo, como no exemplo abaixo, as quais misturadas entre si, nos dão as 12 cores de Andreas Weckmeister.

 No g  No grafico abaixo mostro como as cores complementares se distribuiem em cada oitava do teclado do piano. Em musica é chamado de intervalo da quinta justa. A distancia entre duas notas complementares.  Essas duas notas/cores são consideradas uma consonância perfeita pois se fundem em uma harmonia total.                 

             Apenas a mistura entre si de duas cores ou notas complementares produz uma rica gama de tons, suficiente para pintar um quadro, decorar um canto ou um objeto.  No centro dessa mistura está sempre o repouso total, representado pelos tons de cinza ao preto, o que comprova que as cores são realmente complementares.


MANTRAS


       Os mantras são formados por melodias para meditação inspiradas no cosmos e dirigidos aos órgãos do corpo humano, que  segundo crenças, podem ser revitalizados ou mesmo completamente curados.  São diversas as combinações das notas possíveis, mas a maioria usa apenas as duas notas do contraponto ou complementares.


          Logo no início do blog, contei a saga de Pitágoras testando diversas frequências nas melodias e observando as reações humanas. Relatou sobre  uma pessoa batendo violentamente na porta da amante sob uma frequência da melodia e em seguida mudando a frequência da mesma melodia, acalmou-se e foi embora. Os Mandras tem a frequência antiga, como a de Pitágoras, que acreditava no poder curador da música .

         Frequência musical é o número de vezes que uma onda sonora se repete por segundo. Giuseppe Verdi (1813/1901), compositor de óperas afinava seus instrumentos em 432 Hz, que ele considerava a mesma frequência da natureza,

     
Exemplo: sol.............................,do,la..................................ré, si.................................mi etc



 TRIADE                                                               
                                           
      Ternário é o par de elementos de princípios complementares ou opostos que encontra um terceiro elemento intermediário e equilibrador- esse é o princípio da harmonia.


     O número três reina em toda parte do Universo, Ricado Cirenti em seu Manual do Aprendiz e os Grandes Iniciadores, afirma: " Todos os grandes iniciadores religiosos tiveram consciência da grande importância da lei do ternário; dessa maneira cessa o conflito dos opostos e a dualidade torna-se fecunda. Exemplo: O pai e a mãe que geram um filho."


     O triangulo tetraedo de Pitágoras é um símbolo de força e poder e suas 3 arestas representam o mistério da Unidade, Dualidade e da Trindade,  ele é representado por um triangulo e tres quadrados, equivalentes a uma figura em quatro de faces.



   
                             
            As cores apontadas pelo hexaedro constituem uma família, como as pessoas  tem uma relação de parentesco entre si. As cores por estarem sob a mesma temperatura também têm um parentesco obrigatório, e ao girar-se o poliedro teremos uma nova família.

          Os acordes ternários dão  personalidade e riqueza às cores e eles são:



           Lembrando que as três cores somente formam um acorde consoante quando a mistura entre elas resultar em um tom neutro de cinza ao preto. A dificuldade de reproduzir as cores na tela do computador se deve também ao fato que  ao serem impressas mudam seu tom. Podemos observar esse fato ao visitar um museu com o catálogo dos quadros expostos em mãos, alguns deles são completamente diferentes na sua tonalidade.

           Em seu auto retrato  Vincent Van Gogh utilizou o acorde: bordeaux, turqueza e amarelo ouro ou laranja amarelado e a misturas entre elas.


a aquarela abaixo, de minha autoria - a Fruta do  Conde, utilizei apenas roxo, verde e laranja.



                        
 
  Pintura de Renoir


COMBINAÇÃO DE QUATRO CORES
A figura do quadrado  dentro de um octógono, quase  contrário ao circulo, é uma figura plana.. Significa estabilidade, solidez e pausa. e para muitas culturas ois pontos cardeais.
Em  cores pode-se pensar em 2 cores complementares.



MODULAÇÃO
   Como intervalo entende-se a distância entre dois tons simultâneos ou sucessivos. Nesse tema pertencem diversos aspectos- intervalo, contraponto, tons dissonantes e velocidade. Pitágoras acreditava na existência de uma proporção entre cosmologia e intervalo.
     Em cores podemos chamar o intervalo como Modulação, é a passagem de uma cor para outra na natureza ou na pintura. Uma determinada cor projeta a sua complementar sobre a próxima e somando-se à mesma. 
Na natureza observa-se o mesmo fenônemo, como do papagaio abaixo.
     No exemplo do papagaio: o azul turquesa lança a cor vermelho-laranja, sua complementar, sobre a borda do próxima cor, que por sua vez lança a sua complementar azul-turquesa sobre ela, e a soma delas resulta em um verde musgo, que são as penas entre as duas cores do corpo e da cauda.
 A MODULAÇÃO NA PINTURA DE PAUL GAUGUIN              

     Paul Gauguin, 1848-1903, nasceu em Paris mas passou seus primeiros 7 anos de vida em Lima no Peru, onde apaixonou-se pelas cores vibrantes dos trópicos. Voltou à Paris, onde até os 38 anos teve uma vida de casado, com filhos e um emprego burocrático.

      O sonho de se tornar pintor fervia dentro dele, e finalmente se concretizou ao encontrar  Van- Gogh e Cezanne, os impulsionadores do impressionismo. Auto- didática, assim como seus amigos, teve pouco ou nenhum reconhecimento durante seu tempo de vida, razão pela qual, no final dela se mudou para o Tahiti. As cores das suas lembranças de infância explodiram então em suas telas e aí nasceram seus mais famosos trabalhos.
 
 
 
  O  IMPRESSIONISMO NA MUSICA E NA PINTURA 

CLAUDE DEBUSSY


                 Durante o raiar desse século, a musica francesa, com Claude Debussy, iniciou um movimento musical utilizando o sistema modal cromático. Foi ele, quem fez essa emancipação apelando para as fontes modais da Idade Média, criando uma ponte entre musica moderna e o sistema modal.

 Debussy nasceu em Saint-German-en-Laye, em 1862, mas passou sua infância em Cannes, com uma tia muito religiosa que o criou. Na igreja, através de canções e hinos imbuído do sentimento religioso dos séculos passados, recebeu suas primeiras noções de arte e música.

      Iniciou seus estudos de piano aos seis anos de idade e com onze anos foi inscrito e aceito no Conservatório de Paris, onde era considerado um estudante rebelde. Ele não aceitava o ensino dos professores sobre a  harmonia e tinha horror das formas convencionais de cadências. ((Maurice Emmanuel)

     Em 1884, Debussy com 22 anos, criou o prelúdio “O Filho Pródigo” e ganhou o Prémio de Roma. Ele passou então quase três anos na Villa Medici, onde  estudava e tocava no piano as obras do compositor Palestrina durante as missas. 

     Foi então que o sentimento já manifestado nas aulas de harmonia do conservatório, reapareceram e foram eles que o levaram a buscar novos caminhos e novas formas de composição.

A arte na Europa era ligada aos sentimentos do instinto acima aos do espirito e precisava de uma renovação.  A musica tinha esgotado suas fontes de inspiração, e essa necessidade encontrou ressonância no espírito de Debussy.  Ele que desde o início já havia percebido a diferença de estrutura e ritmo entre a música considerada profana e a de igreja, por causa da modalidade, foi buscar então novas formas de composição na espiritualidade do canto gregoriano.

      Uma reação semelhante ocorreu entre os pintores, Monet e Pissarro que libertaram  suas paisagens da concepção intelectual da escola clássica,  renunciando aos tons terrosos da era romântica e dedicando-se à pesquisa da cor  numa interpretação sutil da luz.  Os contornos de suas pinturas eram apenas manchas coloridas, e segundo  Corot: "O belo na arte é a verdade da Natureza".

http://www.youtube.com/watch?v=wtI4AYxNCH0
     Nesta composição Debussy revela sua preferência por uma linguagem mais rica e mais positiva: a dos modos antigos. O tema do Prelúdio tem um caráter totalmente gregoriano, ou seja, do  tetracórde inferior grego- deuterus. Desde os primeiros acordes do Preludio,  sentimos ainda uma impressão inesperada; algo de intangível, de uma suavidade e paz bastante religiosa.
      De volta a Paris, ele queria a emancipação da música como em outras manifestações da arte, como pintura e poesia, e chegava o ¨ Impressionismo¨!

      Em Paris, Debussy tornou-se um ouvinte ávido de cantores de Saint-Gervais, onde podia observar a liberdade de ritmo em relação à flexibilidade do sotaque latino. Sisley, Monet, Bazille, Cezanne e Pissarro, formavam o grupo de pintores impressionistas.

   Enquanto os artistas impregnavam seus quadros e poemas de cores e luz, Debussy tentava sozinho colorir suas composições musicais. Enquanto todos usavam acordes da escala diatônica, ele mantinha um estilo próprio.
 
                 A musica da idade média era composta nesse sistema de tons, o ideal C –Dur o qual possibilita outras combinações originais. As outras escalas derivadas dela, diferenciam-se apenas pelo lugar do meio-tom dentro da oitava.    Julia D`Almendra que estudou os modos gregorianos nas composições de Claude Debussy, em uma pesquisa do arcaísmo da arte da musica francesa, afirma que de são os intervalos que determinam as modas: Protus, Deuterus, Tritus e Tetrardus.
    
                   A musica de igreja, segundo Julia D`Almendra em seu livro- ¨Les Modes Grégoriens dans l' Ouevre de Claude Debussy¨( 1947/48), mostra como é possível a simples transposição da terceira nota para a frente, uma vez que a essa melodia não tem nada a ver com a altura do tom. 

          O Si ou H, é a única nota que pode ser alterada ou bemolbelizada, sem fazer nenhuma diferença no sistema diatônico. Elas são lidas sempre no sentido ascendente, enquanto os modus gregos são lidos no sentido descendente, e são os intervalos que constituem o modo. 

        A transposição é feita pela modulação, na quarta ou quinta nota, contadas partir de sua tônica. Teremos assim protus em Re,Lá e Sol com Si bemol. Deuturus em Mi, La bemol, e Si ou H sustenido. Tritus em Fa, Si bemol e Do. Gregorio) – hexa- acorde de seis notas- tinha um padrão fixo de intervalo.
     
 A FORMA GEOMETRICA dos SOLIDOS                    
    Na antiguidade, a matemática, a geometria e a musica desenvolveram-se paralelamente enquanto o homem das cavernas ainda representava figuras humanas e de animais nas paredes das rochas.  A razão fundamental da geometria nasceu da necessidade da representação plana dos objetos em três dimensões.    Segundo o historiador Grego Heródoto (séc. V a.C), a geometria deu os primeiros passos na construções das pirâmides do Egito. Os gregos herdaram toda a experimentação, intuição e empirismo dos Babilônios.
           Foi através de Tales de Mileto (624 – 546 a.C) ,com o uso da régua e do compasso, que a geometria estabeleceu-se como ciência.  Ele foi seu  grande impulsionador  e uma das suas principais proposições  foi a demonstração da altura da pirâmide através da sua  própria sombra. 

  A geometria dos gregos era fortemente influenciada por considerações filosóficas, estéticas, religiosas, a qual via  perfeição em tudo o que era circular. A palavra Polígono significava "muitos joelhos" e Isósceles significaria "Pernas iguais".
 
Escher e a geometria plana
 
 
Nos trabalhos de Escher, (1898/1972) artista gráfico holandês, observa-se uma composição onde não existe espaço negativo, As figuras positivas se repetem no negativo
 
 
 
 
 
 
Quadro de minha autoria, 2 casais aproveitando o espaço positivo e negativo.


 JAZZ  - JOHN COLTRANE



 John Coltrane (1926/1967), foi um saxofonista e compositor do jazz americano que trouxe uma grande inovação à música contemporânea. Assim como Debussy, passou seus primeiros anos de vida tocando clarinete no coral da igreja católica, e como ele, foi muito influenciado pela música sacra e sua harmonia. Estudou musica na  Ornstein School of Music em New Jersey e harmonia na Escola de Granoff School da Filadélfia.

Ele frequentou outras igrejas e religiões, como o Islamismo e o ocultismo, crença neo-pagã anterior ao cristianismo que afirma a existência do sobrenatural e dos princípios físicos e espirituais. O símbolo dessa crença era o pentagrama, o que para os esotéricos e pagãos representa os cinco elementos: a terra, o ar, a água, o fogo e o espírito.

Na geometria, o pentagrama é a denominação dada ao pentágono regular estrelado, usado como talismã pelos pitagóricos, ou seja, seguido nas regras de vida atribuídas a Pitágoras.

A ilustração de Leonardo da Vinci para o livro “A Divina Proporção”, do monge franciscano e matemático italiano Luca Pacioli, mostra as relações geométricas do homem com o universo. O chamado “Homem Vitruviano” representa o pentagrama sob uma figura humana.

Embora o pentagrama sempre tenha sido relacionado com o belo e o bom, no século XIX o pentagrama invertido passou a ter uma conotação relacionada com o “mal”. Éliphas Lévi (1810 – 1875),  alegava estar a extremidade inferior do pentagrama apontada para o inferno, indicando o “reino de Satan.    

O pentagrama é uma estrela de cinco pontas derivada do pentágono e era utilizado como símbolo de doutrinas esotéricas, já o pentagrama musical é uma pauta musical formada por cinco linhas horizontais paralelas, que formam quatro espaços entre si, onde são escritas as notas musicais.

O ciclo Coltrane, como é chamada sua harmonia, segundo teóricos e pesquisadores, é um circulo com um pentagrama dentro. Seu interesse pelas relações cromáticas de terças com a simetrias e geometria musicais, dizem que foi inspirado na religião e espiritualidade,  mas a  divisão em cinco quintas de Pitágoras ," die Pythagoräische Komma"já era usada na música barroca,  sendo o último tom da quinta escolhido aleatoriamente. 

Sendo assim possível mudar de um sistema tonal para outro, as famosas progressões por quintas descendentes.Giants Steps tem 3 centros tonais equidistantes.

Essa rosácea é de um sistema tonal criada por ele, na qual eu apenas coloquei as cores das notas, podemos notar o pentagrama ordenando as notas musicais.


HARMÕNIA DO USO DE CINCO CORES - O PENTAGRAMA DE PITÁGORAS

Ao pesquisar a estrutura musical do jazz e da bossa nova,  notei que ambas se serviam de alguma maneira de cinco cores ou notas ,isso me faz voltar ao conceito do pentagrama.

O pentagrama é uma estrela de cinco pontas, a qual se atribue interpretações mágicas e místicas. Sempre considerada como uma força de energia que representa os cincos elementos : a terra, o ar, o fogo e o espirito.
Na geometria é um regular estrelado, conhecido como o pentágono de Pitágoras, mas na realidade essa é a estrela de David. A de Pitágoraqs tem seis pontas.
Também foi usado pelo matemático Luca Pacioli para representar as relações geométricas do homem com o universo. O Homem Vitruviano de Leornado da Vinci é um exemplo disso.


O sistema tonal não é simplesmente um conjunto de notas ou cores distintas, mas um sistema que possue um relacionamente, quase um parentesco ( DNA) familiar; pois notas que compõem a escala cromática estão sob a mesma  temperatura..





Com isso, voltamos aos conhecimentos de Pitágoras e aos modos gregorianos.


MODULAÇÃO  DAS  CORES


Comecei esse blog, quase como meu rascunho,i pesquisando trabalhos de arte da antiguidade, o uso de 2 cores ou duas notas (mantras), de três cores ou 3 notas (acorde), quatro cores ou notas  (tetra acorde) e parei no acorde de quinta., pesquisando o trabalho musical do jazz de John Coltrane. Ele além de usar as quintas de Pitágoras, já usado na música barroca onde o quinta nota ou cor é aleátoria, passiva de mudar  um sistema para outro ,chamado de modulação, de maneira harmônica e nova..Seu  sistema mudou toda a concepção da teoria da música, servindo de inspiração até para a bossa nova.


 O mundo em que vivemos não tem cores, é em tons de cinzas e preto, pois as cores das matérias, objetos,etc  são produzidas em nosso cérebro através de três bastonetes amarelo, vermelho e azul que se conectam com outra parte dele, a mácula. Ela é a parte central da retina, com fotorreceptores, que recebem os raios luminosos e os transformam em impulsos elétricos.


 Algum tempo se passou, e embora não tenha acrescentado nada nele,a minha cabeça continuou a me fazer perguntas, sempre  tentando entender e explicar o caminho  no uso harmonioso das cores.….. Ao tomar meu banho de sol, quase diário,  embora  com os olhos fechados  via cores movimentam-se na minha mente. Sempre soube que tem luz e cores no cérebro, muitos cegos afirmam isso,então  resolvi pintar essas cores ,lembrando sempre que é dificil reproduzir as cores no computador.


Notei que começa sempre com uma cor forte em uma pequena área,  aumenta com outra cor, para outra um pouco maior  e depois outra,  mas não passa de cinco cores, começando tudo novamente com novas cores. O mais interessante é que a cor da menor area, que seria a tônica, tem sua complementar sempre na quarta cor e a quinta serve de modulação para outro sistema... Percebi  que essa é uma conexão natural do nosso cérebro, uma vez que estou com os olhos fechados e não olhava para coisa alguma.


Cientistas afirmam que temos uma massa cinzenta no cérebro,ainda pouco conhecida, chamada de zona incerta, que desempenha um papel importante no aprendizado e da memória. Ela  funciona como uma rede de semáforos que otimiza o tráfico do cérebro, não pela excitação dos neurônios, mas pela inibição deles. Essa inibição cria uma otimização do fluxo de conexões para outras áreas.


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Tentei usar esse sistema de harmonia cores em um auto retrato e gostei, foi uma maneira diferente e nova de pensar, mas me pareceu harmônico.



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Como se trata de raio de luz em suas diferentes aplicações, me chamou  atenção o prêmio Nobel de 2023, dos cientistas ALAIN ASPECT, JOHN CLAUSER E ANTON ZELLINGER sobre experimentos das conexões do entrelaçamentos de partículas subatômicas,chamado de o  ponto quántico, que deram cores  a eles.


Sabemos que a matéria filtra o raio de luz de acordo com a essa densidade, como um filtro de cozinha, mais ralo ou muito fechado .A cor do objeto ou matéria é aquela que é expelida, pois as outras são absorvidas. O raio de luz era considerado  reto e direto, mas os cientistas descobriram que formam um emaranhado e se misturam, como as cores numa paleta em novas cores ou no caso de conexões.. Foi possível, a eles,  constatar como essa conexão se opera e também  como o  sistema se repete.




BOSSA NOVA


O novo movimento musical chamado Bossa Nova surgiu no Brasil no final dos anos 50, em um período conhecido como anos dourados, criado por músicos jovens brilhantes e idealistas.

  Naquela época, a música popular brasileira vivia uma fase sombria, em que os ritmos americanos e caribenhos dominavam o mercado musical.  Quando uma elite cultural e econômica dos músicos redescobriu o samba das favelas e periferias do Rio de Janeiro, criado e tocado por músicos populares.

Como esse público também gostava de jazz, esse teve uma influência decisiva no escopo de trabalho desses compositores.Eles, assim como Debussy, em busca de novas formas de compor  música, voltaram ao passado para as raízes perdidas de uma música muito melódica: os cantos gregorianos. 

   Era uma melodia natural com um ritmo sincopado como o tic tac do relógio e as batidas do coração, mas sempre acompanhada por arranjos musicais sofisticados.  O ritmo sincopado é o recurso da música de igreja e adoração, em que as batidas fracas se estendem até as fortes.
Alguns críticos musicais também destacam a influência do ritmo do impressionismo clássico de Debussy e Ravel neste novo ritmo devido aos seus elementos sincopados. 

 Este ritmo é muito importante  porque muda o ritmo padrão movendo os acentos de batida forte para o fraco, assim, abre a mente para outra dimensão e conhecimento além do corpo.  A síncope reproduz simbolicamente uma ação cíclica ligada ao conceito de reversibilidade do tempo e do espaço.  Mas não é apenas um ato de emoção porque traz um efeito físico sobre o corpo humano, sua respiração e movimentos.  Essa "obrigação de movimento" é como voltar ao ritmo natural padrão.

 Os ritmos sincopados acentuam as temperaturas, nunca os contratempos ou a própria síncope.  Mas sempre tem um acompanhamento rítmico muito forte, com batidas fortes procurando exatamente o mesmo efeito.

 A Bossa Nova também usa notas de cores vivas e vibrantes, mas em vez de uma sensação de serenidade, traz um apelo bastante intimista e sensual.


TEMA DE GAROTA DE IPANEMA




Contratempo é quando as notas soam em tempo fraco sendo antecedidas ao tempo forte por uma pausa.
O que me leva a acrescentar a cor branco e o  preto. No desenho abaixo, delineei a figura com branco e negro.

PINTURA CRIADA POR MIM COM AS CORES DO TEMA ACIMA


                          Espaços Harmônicos

          O arranjo das cores do espectro e das notas musicais precisa de um sistema diferente para preservar seu tom adequado e analogias de cores.  Foi possível perceber certas particularidades entre a música antiga e a clássica.  O principal se refere à quantidade de notas de tom em uma composição musical.

 O conceito de razão áurea determina como dividir uma determinada área em proporções harmônicas entre a maior e a menor, aplicando o conhecimento do PI.  Ele descreve a relação perfeitamente simétrica entre duas proporções, é uma forma com uma proporção de 1 a 1,618 aproximadamente.

Neste blog já falei sobre o famoso PI e o corte em ouro, por isso apenas demonstrarei os resultados sem entrar nos cálculos matemáticos.

 Segundo Fibonacci, no final do século 12, que elaborou uma sucessão de números em uma seqüência numérica começando com 0 e 1 e É infinito.  Eles também podem ser usados ​​para calcular as quantidades ou espaços.

 Está presente em diversos fenômenos da natureza, organismos vivos e fatos do nosso dia a dia.  Os números a seguir são sempre a soma dos dois números anteriores, como uma progressão aritmética.

 Fn = Fn - 1 + Fn - 2            

 1 + 1 = 2

 2 + 1 = 3

 3 + 2 = 5

 5 + 3 = 8

 Ao transformar esses números em quadrados e organizá-los geometricamente, pode-se construir um retângulo com características específicas, denominado Retângulo Dourado.  Esta é uma forma geométrica com a seguinte propriedade: Se dividirmos em um quadrado e outro retângulo, o novo retângulo terá uma aparência semelhante ao original.

 A Proporção Áurea é ilustrada atrás usando um Retângulo Dourado: um grande retângulo consistindo de um quadrado (com lados iguais em comprimento ao comprimento mais curto do retângulo) e um retângulo.

                      
                Esfera para estudar o espaço curvo descrito por Einstein.


A geometria do plano hiperbólico é a geometria das superficies curvas, embora os heptágonos ficam distorcidos, todos tem o mesmo tamanho.
Ele nos mostrou que o nosso espaço tridimensiona lse curva, o que torna o termpo relativo, criando uma arquitetura na qual as duas coisas se mesclam, o espaço e o tempo.
Eu coloquei as cores, pois essa esfera  me lembra a da Pitágoras.





O heptágono é um poligóno com sete lados e sete vertebras. Sua área é a mesma do do PI. A soma dos angulos internos é de 360 graus e  o número de triangulos formados nele é de 7.Tem todos os elementos estudados até agora, é o mais completo deles.
Esbarra hoje na fisica quantica ,pois o que chamou a minha  atenção foi o premio Nobel de 2023 para Alain Asect, John Clauser e Anton Zellinger sobre experimentos das conexões do entrelaçãmentos de partículas subatômicas, o ponto quantico,e  que deram cores à eles.
O raio de luz era considerado reto e direto, mas descobriram que que formam um emaranhado e se misturam entre si, um arco iris do nanomundo. Como as cores numa paleta? Penso eu.....
Os eletrons são a unidade da matéria enquanto a unidade da luz chama-se fotons. o resultatado do encotro e entrelaçamento de ambas produz o que se chama hoje de mecanica quantica. 
Podem imaginar o campo de esquisa que se abre? Mesmo a esfera de Newton é um passo além dos outros anterires a ele.






















































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